Manifesto Global de Solidariedade COVID-19

A crise do COVID-19 revelou a urgência de mudar as estruturas globais de desigualdades e violência. Nós, pessoas de todo o mundo, não deixaremos passar esse momento histórico. Estamos construindo solidariedade em todos os níveis: local, nacional, global. Apesar da necessidade de uma distância física entre nós, estamos construindo grupos de ajuda mútua, redes comunitárias e movimentos sociais. Hoje proclamamos esse manifesto para oferecer a visão do mundo que estamos construindo, do mundo que exigimos, do mundo que alcançaremos.

1. Exigimos sistemas universais de saúde de qualidade e cuidados de saúde como um direito básico para todos os seres humanos.

2. Exigimos um cessar-fogo imediato em todos os conflitos e o fim da doença da guerra. Exigimos que cada nação aloque pelo menos metade de seus gastos militares - incluindo o fechamento de bases militares estrangeiras, a cessação de manobras militares e a abolição de armas nucleares - para fornecer assistência médica, moradia, assistência infantil, nutrição, educação, acesso à Internet e outras necessidades sociais, a fim de proteger verdadeiramente a segurança física, psicológica e econômica das pessoas.

3. Exigimos que as economias capitalistas insustentáveis, baseadas na fantasia de crescimento sem fim, sejam substituídas por economias cooperativas baseadas em cuidados, onde a vida humana, a biodiversidade, nossos recursos naturais são preservados e uma renda básica universal é garantida, para que os governos possam trabalhar juntos para combater a ameaça existencial das mudanças climáticas.

4. Exigimos o levantamento imediato de todas as sanções que afetam nações inteiras, que empobrecem populações já vulneráveis​​e matam pessoas ao bloquear o acesso a medicamentos e suprimentos médicos.

5. Exigimos que todos os trabalhadores estejam protegidos contra o COVID-19 e que seus direitos trabalhistas, econômicos e de saúde e segurança ocupacional sejam garantidos a longo prazo.

6. Exigimos a proteção total de todas as pessoas, especialmente as mais vulneráveis, incluindo mulheres e outras vítimas de violência de gênero e abuso infantil, idosos, pobres, prisioneiros e detidos, refugiados e outras pessoas deslocadas, migrantes independentemente de seu status de imigração, pessoas sem-teto, pessoas LGBTQIA +, minorias raciais / étnicas, povos indígenas e pessoas com deficiência, diversidade funcional ou enfrentando desafios físicos, entre outros.

7. Exigimos que os países ricos cumpram sua responsabilidade de fornecer assistência médica (inclusive canalizada através da Organização Mundial da Saúde) e alívio da dívida para salvar vidas em países sem sistemas de saúde públicos fortes devido às longas histórias de colonialismo, neocolonialismo e outros tipos de exploração, tanto estrangeiros quanto nacionais.

8. Exigimos que governos e empresas respeitem a privacidade e não tirem vantagem da pandemia para expandir medidas repressivas de controle, vigilância, detenções sem julgamento e restrições aos direitos humanos básicos da assembléia, liberdade de expressão, autodeterminação e votação.

9. Exigimos que, quando os governos implementem programas de estímulo econômico e reabram suas economias, priorizem as necessidades das pessoas em detrimento dos interesses das elites corporativas, financeiras e políticas.

Em um mundo onde a diferença entre ricos e pobres é obscena, onde os 1% mais ricos acumulam mais que o dobro da riqueza de 6,9 ​​bilhões de pessoas, uma redistribuição de riqueza e poder é essencial, tanto globalmente como dentro das nações. Todo ser humano deve ter a oportunidade de viver uma vida saudável, criativa e plena, livre dos estragos da pobreza, exploração e dominação.

Mais informações e contato: https://www.covidglobalsolidarity.org/